quinta-feira, 12 de junho de 2014

Capítulo 10

Acordei no sábado de manhã com uma ressaca monstruosa, e só conseguia pensar 
que era aquilo mesmo que eu merecia. Por mais que detestasse a insistência de joseph de 
negociar sexo com a mesma facilidade com que discutia uma fusão empresarial, no fim 
acabei entrando no jogo. Meu desejo por ele justificava o fato de eu assumir um risco 
calculado e quebrar minhas próprias regras. 
 Eu me consolei com a ideia de que ele também estava quebrando algumas das dele. 
 Depois de um banho bem longo e quente, fui para a sala e encontrei Cary deitado no 
sofá com seu netbook, parecendo muito bem desperto e revigorado. Sentindo o cheiro de café na cozinha, fui até lá e enchi a maior caneca que consegui encontrar. 
 “Bom dia, dorminhoca”, ele disse. 
 Segurando com as duas mãos minha tão necessária dose matinal de cafeína, eu me 
juntei a ele no sofá. 
 Cary apontou para uma caixa na mesa de centro. “Chegou enquanto você estava no 
banho.” 
 Deixei a caneca de café sobre a mesa e apanhei o embrulho de papel pardo. Meu 
nome estava escrito diagonalmente na tampa da caixa com uma caligrafia floreada. Dentro dela havia uma garrafinha âmbar com os dizeres CURA RESSACA pintados em uma fonte estilo retrô e um bilhete amarrado com ráfia no gargalo em que se lia: “Beba-me”. O cartão de visitas de Joseph estava cuidadosamente aninhado no papel de seda que protegia o embrulho. 
 Ao analisar o presente, considerei-o bastante conveniente. Desde que havia 
conhecido Joseph, eu tinha entrado em um mundo fascinante e sedutor em que quase 
nenhuma das regras conhecidas do bom senso se aplicava. Eu estava desbravando um 
território desconhecido, o que era ao mesmo tempo excitante e assustador. 
 Olhei para Cary, que encarava a garrafa com um ar de dúvida. 
“Saúde.” Tirei a rolha e bebi o conteúdo sem pensar duas vezes. Tinha gosto de 
xarope para tosse, espesso e doce. Meu estômago se contraiu de desgosto por um momento, depois esquentou. Limpei a boca com as costas da mão e enfiei a rolha de volta na garrafa vazia. 
 “O que era isso?”, perguntou Cary. 
 “Pelo tanto que queima, mais álcool.” 
 Ele franziu o nariz. “Um método eficiente, mas desagradável.”  E funcionava mesmo. Eu já estava começando a me sentir melhor.  Cary apanhou a caixa e retirou de lá o cartão de Joseph. Ele o virou e mostrou para mim. No verso, Joseph havia escrito “Me ligue” com uma letra apressada e anotado seu telefone. 
 Peguei o cartão, envolvendo-o com minha mão. Aquele presente era a prova de que 
ele estava pensando em mim. Sua determinação e insistência eram sedutoras. E uma 
espécie de elogio. 
 Não havia como negar que Joseph havia derrubado todas as minhas barreiras. 
Queria sentir de novo aquilo que experimentei quando ele me tocou, e adorei o modo como reagiu quando eu o toquei. Quando parei para refletir sobre o que não faria para ter suas mãos sobre meu corpo de novo, não consegui pensar em muita coisa. 
 Cary quis me passar o telefone, mas fiz que não com a cabeça. “Ainda não. Quero 
estar bem lúcida quando falar com ele, e ainda estou meio zonza.” 
 “Vocês dois pareciam estar se dando muito bem ontem à noite. Ele está muito a fim 

de você.”
“E eu estou muito a fim dele.” Aninhando-me no canto do sofá, apoiei o rosto no 
estofamento do encosto e abracei os joelhos. “A gente vai sair, se conhecer melhor, fazer sexo casual-mas-fisicamente-intenso e continuar sendo independente. Sem vínculos, sem expectativas, sem compromisso.” 
 Cary apertou um botão no netbook e a impressora começou a expelir folhas de papel 
do outro lado da sala. Ele fechou o computador, deixou-o sobre a mesa de centro e passou a dedicar toda a sua atenção a mim. “Talvez vire algo mais sério.” 
 “Talvez não”, rebati. 
 “Cínica.” 
 “Não estou atrás de um conto de fadas, Cary, principalmente com um figurão como 
Jonas. Aprendi com minha mãe o que significa estar ao lado de homens poderosos. É 
comprometimento total em troca de uma entrega parcial. O dinheiro basta pra fazer minha mãe feliz, mas pra mim não é suficiente.” 
 Meu pai amava minha mãe. Ele a pediu em casamento, queria passar sua vida com 
ela. Isso não aconteceu porque ele não tinha o currículo expressivo e a conta bancária 
polpuda que ela exigia de um marido. O amor não era um pré-requisito para o casamento na opinião de Dianna Stanton e, como seu olhar provocador e sua voz sussurrada eram 
irresistíveis para a maior parte dos homens, ela nunca precisou se contentar com menos do que desejava. Infelizmente, meu pai tinha sido só um caso passageiro para ela. 
 Olhei para o relógio e vi que já eram dez e meia. “Acho que preciso ir me trocar.” 
 “Adoro passar o dia no spa com sua mãe.” Cary sorriu, e isso afastou a melancolia 
do meu estado de espírito. “Quando termina, eu me sinto como um deus.” 
 “Eu também. Filha da deusa persuasão.” 
 Estávamos tão ansiosos para sair que descemos antes mesmo que a portaria 

anunciasse a chegada do carro. 
O porteiro abriu um sorriso quando aparecemos — eu de sandálias de salto e vestido 
estampado longo, Cary com um jeans apertado e camiseta de manga comprida. 
 “Bom dia, senhorita Lovato, senhor Taylor. Vão precisar de um táxi hoje?” 
 “Não, obrigado, Paul. Um carro está vindo buscar a gente.” Cary sorriu. “Hoje é dia 
de spa no Perrini’s!” 
 “Ah, o Perrini’s”, Paul balançou a cabeça. “Dei um vale-presente de lá pra minha 
mulher no nosso aniversário de casamento. Ela gostou tanto que estou pensando em fazer 
isso todo ano.” 
 “É uma boa ideia, Paul”, eu falei. “Uma mulher nunca se cansa de ser mimada.” 
 Um carro preto com Clancy ao volante parou no meio-fio. Paul abriu a porta de trás 
e nós embarcamos, soltando um grito ao encontrar uma caixa de chocolates finos no 
assento. Depois de nos despedir de Paul com um aceno, nós nos recostamos no banco e 
partimos para a ação, dando pequenas mordidas naquelas trufas feitas para serem 
saboreadas aos poucos. 
 Clancy nos levou diretamente ao Perrini’s, onde o relaxamento começava a partir do 
momento em que se punha o pé na soleira da porta. Cruzar aquela entrada era como tirar 
umas férias do restante do mundo. Todas as portas, adornadas com arcadas, eram 
emolduradas por pedaços de seda de uma cor viva, e almofadas cravejadas de joias eram 
usadas na decoração de divãs elegantes e poltronas largas e confortáveis. 
 Pássaros trinavam em suas gaiolas suspensas e vasos de plantas preenchiam todos 
os cantos com suas folhagens frondosas. Pequenas fontes decorativas propiciavam o som 

constante de água corrente, enquanto a música executada em instrumentos de cordas
chegava através de alto-falantes cuidadosamente escondidos. O ar recendia a uma mistura 
exótica de especiarias e fragrâncias, fazendo com que eu me sentisse em um conto de As 
mil e uma noites. 
 A coisa toda estava a um passo de se tornar exagerada e cafona, mas jamais cruzava 
essa linha. O Perrini’s era exótico e luxuoso, e oferecia um tratamento de primeira a quem tinha dinheiro para pagar por isso. Como minha mãe, que tinha acabado de sair de uma banheira de leite com mel quando chegamos. 
 Examinei as opções de tratamentos disponíveis, deixando de lado o habitual 
“mulher guerreira” em benefício do “mimo apaixonado”. Eu já tinha me depilado uma 
semana antes, mas o restante do tratamento — “feito para torná-la sexualmente irresistível” 

— parecia ser exatamente o que eu precisava. 
Só voltei a raciocinar normalmente quando ouvi Cary perguntar da cadeira ao meu 
lado: 
 “Senhora Stanton, já ouviu falar de Joseph Jonas?” 
 Olhei feio para ele, que sabia muito bem que minha mãe ficaria maluca caso ouvisse 
alguma notícia sobre minhas relações amorosas — embora, nesse caso, não se tratasse 
exatamente de amor. 
 Minha mãe, sentada em uma cadeira do meu outro lado, inclinou-se para a frente 
com a habitual empolgação juvenil com que falava sobre homens ricos e bonitos. “É claro, eu o conheço. É um dos homens mais ricos do mundo. Número vinte e cinco na lista da Forbes, se bem me lembro. Um jovem muito determinado, é claro, e um doador generoso para diversas instituições de caridade que eu ajudo. E tem fama de ser mulherengo.” 
 “Azar o meu.” Cary sorriu e ignorou o modo como eu sacudia a cabeça 
violentamente. “Mas seria um caso perdido, de qualquer forma, porque ele está muito a fim de Demi.” 
 “Demetria! Não acredito que você não disse nada. Como pôde esconder uma coisa dessas 
de mim?” 
 Olhei para minha mãe, cujo rosto bem cuidado parecia jovem, sem rugas, e muito 
parecido com o meu. Não havia como negar que éramos mãe e filha, o que já ficava claro pelo sobrenome. A única concessão que ela fez ao meu pai foi me dar o mesmo nome da mãe dele. 
 “Não tem nada pra falar”, insisti. “Somos apenas... amigos.” 
 “Mas não precisa ser assim”, disse Dianna, com um olhar calculista que me deixou 
assustada. “Não sei como fui esquecer que vocês trabalham no mesmo prédio. Tenho 
certeza de que ele ficou encantado assim que pôs os olhos em você. Apesar de dizerem que ele prefere as morenas... Humm... Enfim. Ele também é conhecido pelo bom gosto. 
Obviamente isso falou mais alto no seu caso.” 
 “Não é nada disso. Por favor, não comece. Você vai me fazer passar vergonha.” 
 “Que bobagem. Se tem alguém que entende de homens aqui, esse alguém sou eu.” 
 Encolhi os ombros. Quando minha massagem começou, eu estava precisando dela 
mais do que nunca. Deitei na maca e fechei os olhos, planejando tirar um cochilo a fim de me preparar para a longa noite que viria. 
 Como toda mulher, adoro me arrumar e ficar bonita, mas eventos beneficentes 
davam muito trabalho. Jogar conversa fora era uma coisa cansativa, sorrir sem parar era um saco, e conversar sobre negócios com pessoas que eu não conhecia era um tédio. Se esse tipo de interação social não fosse bom para Cary, eu compraria uma boa briga para não ter de participar. 
Suspirei. A quem estava tentando enganar? Eu acabaria indo de qualquer jeito. 
Minha mãe e Stanton ajudavam instituições que cuidavam de crianças vítimas de abuso 
porque era uma coisa importante para mim. Comparecer a um ou outro evento pomposo era um preço pequeno a pagar em troca disso. 
 Respirando fundo, tentei relaxar. Eu me programei para ligar para meu pai quando 
chegasse em casa e pensei em um bilhete de agradecimento para mandar a Joseph pela 
garrafinha que curou minha ressaca. Eu até poderia enviar um e-mail para o endereço que 
estava no cartão de visitas que ele me deu, mas seria uma deselegância. Além disso, eu não sabia se ele mesmo lia seus e-mails ou delegava essa tarefa a alguém. 
 Ligaria para ele quando chegasse em casa. Por que não? Foi o que ele pediu — ou 
melhor, mandou; estava escrito com todas as letras no cartão de visitas. E eu poderia ouvir aquela voz cheia de luxúria de novo. 
 A porta se abriu e a massagista entrou. “Olá, Demi. Está pronta?” 

 Não exatamente. Mas estava quase lá.
Depois de passar várias horas agradabilíssimas no spa, minha mãe e Cary me 
deixaram no apartamento e saíram à procura de abotoaduras novas para Stanton. Aproveitei esse tempo livre para ligar para Joseph. Mesmo estando sozinha, tive que digitar o número dele várias vezes antes de enfim tomar coragem para completar a ligação. 
 Ele atendeu ao primeiro toque. “Demetria.” 
 Fiquei surpresa por Joseph saber quem era, e confusa por alguns instantes. Por que 
ele tinha meu número na lista de contatos? “Hã... Oi, Joseph.” 
 “Estou aí perto. Avise na portaria que estou chegando.” 
 “Quê?” Parecia que eu havia perdido uma parte da conversa. “Chegando aonde?” 
 “Na sua casa. Estou virando a esquina. Avise a portaria, Demetria.” 
 Joseph desligou e eu fiquei olhando para o telefone, tentando assimilar o fato de 
que em poucos momentos estaria novamente com ele. Um tanto desorientada, fui até o 
interfone e avisei na portaria que estava à espera dele, que chegou ainda enquanto eu 
falava. Poucos instantes depois, Joseph estava à minha porta. 
 Foi quando eu lembrei que estava usando apenas um robe de seda fina e que já 
estava maquiada e penteada para o evento da noite. Que tipo de impressão aquilo causaria nele?
Fechei bem o robe antes de deixá-lo entrar. Ele apareceu sem ser convidado, e eu 
não tinha a intenção de seduzi-lo nem nada do tipo. 
 Joseph ficou parado na porta por um bom tempo, percorrendo com seu olhar desde 
a ponta dos meus cabelos até os meus dedos do pé pintados em estilo francesinha. Eu 
também estava impressionada com a aparência dele. A maneira como ele estava vestido, 
com um jeans surrado e camiseta, fez com que eu quisesse despi-lo com os dentes. 
 “Valeu a pena ter vindo até aqui para ver você assim, Demetria.” Ele entrou e trancou a 
porta atrás de si. “Como está se sentindo?” 
 “Bem. Graças a você. Obrigada.” Senti um nó no estômago por causa da presença 
dele, que fazia com que eu ficasse meio... tonta. “Mas não foi por isso que você veio aqui.” 
 “Vim até aqui porque você demorou pra ligar.” 
 “Eu não sabia que tinha um prazo.” 
 “Eu precisava falar com você ainda hoje, e também queria saber se está tudo bem 

depois de ontem à noite.” Seus olhos assumiram uma expressão séria ao passear por mim.
Seu rosto de tirar o fôlego parecia emoldurado por seus cabelos negros impecáveis. “Você 
está linda, Demetria. Acho que nunca desejei tanto alguém como agora.” 
 Com essas poucas palavras, simples e diretas, já fiquei toda excitada e carente. 
Vulnerável demais. “O que você tem pra falar de tão urgente?” 
 “Vamos juntos ao evento de hoje à noite.” 
 Levei um susto, surpresa e animada com o pedido. “Você vai?” 
 “E você também. Vi a lista de convidados e sei que sua mãe também vai. Podemos 
ir juntos.” 
 Pus a mão sobre a garganta, dividindo minha preocupação entre o fato de ele saber 
tanta coisa sobre mim e o que havia acabado de me pedir. “Não foi isso que eu quis dizer 
quando pedi pra gente passar algum tempo juntos.” 
 “Por que não?” Era uma pergunta desafiadora. “Qual é o problema de irmos juntos a 
um evento a que nós dois já iríamos de qualquer forma?” 
 “Não é só um jantarzinho íntimo. É um evento de muita visibilidade.” 
 “E daí?” Joseph chegou mais perto e acariciou com o dedo um dos cachos do meu 
cabelo. 
 Havia um tom sugestivo em sua voz que me fez estremecer. Eu conseguia sentir o 
calor de seu corpo largo e rígido e o aroma masculino de sua pele. A cada minuto que 
passava, eu me deixava levar mais por seu charme. 
 “As pessoas vão tirar conclusões, principalmente minha mãe. Ela já está farejando 
sua solteirice no ar.” 
 Baixando a cabeça,Joseph pressionou seus lábios contra a curvatura do meu pescoço. “Não me importa o que as pessoas vão pensar. Sabemos o que estamos fazendo. E 

pode deixar que eu me encarrego da sua mãe.”
“Se você pensa assim”, eu disse, quase sem fôlego, “é porque não a conhece muito 
bem.” 
 “Pego você às sete.” Sua língua percorreu a veia pulsante da minha garganta e eu 
me derreti sob ela. Meu corpo amoleceu quando ele me puxou para mais perto. 
 Ainda assim, consegui dizer: “Eu não disse que sim”. 
 “Mas não vai dizer que não.” Ele mordeu o lóbulo da minha orelha. “Não vou 
deixar.” 
 Abri minha boca para protestar, mas Joseph logo a calou com um beijo molhado e 
luxurioso. Sua língua se movia devagar, fazendo com que eu desejasse que ele fizesse o 
mesmo entre as minhas pernas. Minhas mãos foram diretamente para seus cabelos, 
passeando por eles, agarrando com força. Quando lançou os braços em torno de mim, 
arqueei o corpo, curvando-me sob suas mãos. 
 Assim como no escritório dele, antes que me desse conta eu já estava deitada no 
sofá, com sua boca engolindo meu suspiro de surpresa. Meu robe se abriu ao toque de seus 
dedos habilidosos; ele agarrava meus seios, explorando-os com apertões suaves e ritmados. 
 “Joseph...” 
 “Shh.” Ele sugou meu lábio inferior, enquanto seus dedos beliscavam meus 
mamilos sensíveis. “Eu estava ficando maluco só de pensar que você estava sem nada por 
baixo desse robe.” 

 “É que você veio sem avisar... Ah! Ui...”
Ele abocanhou um dos meus seios, produzindo uma onda de calor que fez minha 
pele transpirar.  Meu olhar buscou desesperadamente o relógio do decodificador da TV a cabo. “Joseph, não.” 
 Ele me olhou com seus olhos azuis intensos. “É uma loucura, eu sei. Eu não... não 
sei explicar por que, Demetria, mas preciso fazer você gozar. Penso nisso o tempo todo, há dias.” 
 Uma de suas mãos abriu caminho até o meio das minhas pernas. Elas se abriram 
sem o menor pudor. Meu corpo estava todo excitado, eu estava toda vermelha, quase febril. Sua outra mão continuou massageando os meus seios, deixando-os insuportavelmente sensíveis ao toque.
“Você está toda molhadinha pra mim”, ele sussurrou, seguindo com os olhos até onde estavam seus dedos. “Você é linda aqui também. Macia e rosadinha. Quente. Não foi 
hoje que você se depilou, foi?”  Fiz que não com a cabeça. 
 “Ainda bem. Acho que não aguentaria nem mais dez minutos sem tocar em você, 
imagine dez horas.” Ele enfiou um dedo cuidadosamente em mim. 
 Meus olhos se fecharam diante da vulnerabilidade de estar de pernas abertas sendo 
masturbada por um homem cujo conhecimento do tempo de recuperação depois de uma 
sessão de depilação com cera denunciava uma tremenda intimidade com o sexo feminino. 
Um homem que ainda estava totalmente vestido, ajoelhado no chão à minha frente. 
 “Você é tão gostosinha.” O dedo de Joseph entrava e saía suavemente de mim. 
Minhas costas se curvaram, e minhas pernas o abraçaram com vontade. “E tão gulosinha. 

Faz quanto tempo que você não trepa?” 
Engoli em seco. “Eu andei meio ocupada. Tinha que terminar a tese, depois 
procurar emprego, cuidar da mudança...” 
 “Faz um tempão, então.” Ele tirou o dedo de mim e voltou com dois. Não consegui 
segurar um gemido de prazer. Aquele homem tinha mãos talentosas, confiantes e 
habilidosas, e conseguia tudo o que queria com elas. 
 “Você toma pílula, Demetria?” 
 “Tomo.” Minhas mãos agarraram as bordas do estofamento. “Claro.” 
 “Assim que eu te provar que não tenho nada e você fizer o mesmo, vou gozar dentro 
de você.” 
 “Joseph!” Eu estava ofegante, girando os quadris sem nenhuma vergonha ao ritmo 
dos dedos dele. Senti que ia explodir se Joseph não me fizesse gozar. 
 Nunca tinha ficado tão excitada na minha vida. Estava absolutamente dominada 
pela necessidade de ter um orgasmo. Se Cary chegasse naquele momento e me visse me 
contorcendo no meio da sala enquanto Joseph me masturbava, eu não ia nem ligar. 
 A respiração dele também estava acelerada. Seu rosto estava todo vermelho de 
desejo. Por mim. Sendo que tudo o que eu tinha feito fora me entregar a ele, incapaz de 

resistir.
 A mão que estava nos meus seios passou pelo meu rosto. “Você está vermelha. 
Ficou escandalizada comigo.” 
 “Fiquei.” 
 Seu sorriso era o de alguém ao mesmo tempo perverso e deliciado, e me fez perder 
o fôlego. “Quero sentir minha porra aqui dentro quando enfiar o dedo em você. Quero que você sinta a minha porra aqui dentro, pra lembrar como eu estava quando gozei, dos ruídos que fiz. E, quando pensar nisso, você vai querer fazer de novo e de novo e de novo.” 
 Seus dedos produziam ondas dentro de mim, o descaramento de suas palavras me 
deixava à beira do orgasmo. 
 “Vou dizer tudo o que quero que você faça para me dar prazer, Demetria, e você vai fazer tudinho... se me obedecer, vamos fazer sexo explosivo, selvagem, sem restrições. Você sabe disso, não é? Já está sentindo como as coisas vão ser entre nós.” 
 “Sim”, eu sussurrei, agarrando meus seios para aplacar a fúria dos mamilos 
endurecidos. “Joseph, por favor.” 
 “Shh... Pode deixar comigo.” Ele começou a esfregar meu clitóris com o dedão, em 
movimentos circulares. “Olhe bem nos meus olhos quando gozar pra mim.” 
 Eu estava prestes a explodir, e a tensão só aumentava enquanto ele massageava meu 
clitóris e enfiava os dedos em mim em um ritmo constante, sem a menor pressa. 
 “Goza pra mim, Demetria”, ele ordenou. “Agora.” 
 Cheguei ao orgasmo com um grito abafado, agarrando as bordas do sofá até meus 
dedos ficarem sem cor, remexendo os quadris nas mãos dele, esquecendo completamente 
qualquer vergonha ou timidez. Meus olhos estavam grudados nos dele, incapazes de se 
desviar, hipnotizados pelo triunfo masculino que brilhava em seus olhos. Naquele 
momento, ele tinha total poder sobre mim. Eu faria tudo o que ele quisesse. E ele sabia 
disso. 
 Um prazer avassalador tomava conta de mim. Com o sangue pulsando nas minhas 
orelhas, ouvi sua voz rouca dizer alguma coisa, mas não consegui identificar as palavras 
quando ele apoiou uma das minhas pernas no encosto do sofá e cobriu meu sexo com a 
boca. 
“Não...” Eu empurrei sua cabeça com as mãos. “Eu não aguento.” 
 Eu estava inchada demais, sensível demais. Mas, quando sua língua tocou meu 
clitóris e começou a passear por ele, a vontade voltou com toda a força. Com mais 
intensidade do que antes. Ele percorreu tudo, me provocando, me tentando com a promessa de outro orgasmo que eu sabia que não conseguiria ter tão cedo. 
 Foi quando sua língua entrou em mim, e eu tive que morder os lábios para não gritar. Gozei pela segunda vez, e meu corpo se sacudiu violentamente, com os músculos 
mais tenros se enrijecendo desesperadamente ao toque da língua. O urro que ele soltou 
reverberou através de mim. Não tive forças para afastá-lo quando ele voltou ao meu clitóris e o chupou suavemente... incansavelmente... até eu gemer de novo, sussurrando seu nome. 
 Eu estava me sentindo toda mole quando Joseph endireitou minha perna, e ainda 
não tinha recuperado o fôlego quando ele começou a beijar minha barriga e meus seios. Ele lambeu meus mamilos e me enlaçou com seus braços. Permaneci imóvel e submissa ao seu toque enquanto ele beijava minha boca com uma violência controlada, ferindo meus lábios e denunciando seu estado de excitação extrema. 
 Então ele fechou meu robe e ficou de pé, olhando para mim de cima a baixo. 

 “Joseph...?”
“Às sete horas, Demetria.” Ele se abaixou e tocou meu tornozelo, acariciando com os 
dedos a tornozeleira que eu havia posto já pensando no evento. “E não tire isto aqui. Quero comer você com nada além disto.”

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