quinta-feira, 12 de junho de 2014

Capítulo 13

Hesitei; depois me recuperei e fui na direção da pia para 
lavar as mãos. 
 Ela se virou para o espelho, observando-me. Eu também a observei. Era ainda mais 
bonita pessoalmente do que nas fotos. Alta e magra, com grandes olhos escuros e cabelos 
castanhos lisos. Seus lábios eram carnudos e vermelhos, e os ossos de sua face eram 
pronunciados e harmônicos. Seu vestido era sexy e modesto, uma leve camada de cetim cor de creme que contrastava lindamente com sua pele morena. Ela parecia uma supermodelo e exalava sex appeal por todos os poros. 
 A funcionária do banheiro me entregou a toalha de mão, e Magdalene falou com ela 
em espanhol, pedindo para nos deixar sozinhas. Reforcei o pedido: “Por favor, gracias”. 
Magdalene arqueou as sobrancelhas e me olhou mais atentamente, um olhar que retribuí 
com igual frieza. 
 “Ah, não”, ela murmurou assim que a funcionária se afastou. Fez também um estalo 
com a língua, um barulho que me irritava tanto quanto o som de unhas numa lousa. “Você 
já deu pra ele.” 
 “E você não.” 
 Isso pareceu surpreendê-la. “É verdade, eu não. Sabe por quê?” 
 Tirei uma nota de cinco da bolsa e depositei na bandeja de gorjetas. “Porque ele não 
quer.” 
 “E eu também não quero, porque ele não consegue assumir um compromisso. Ele é 
jovem, bonito, rico e está aproveitando a vida.” 
 “Ah, sim.” Concordei. “Com toda a certeza.” 
 Ela estreitou os olhos, e a expressão de contentamento sumiu do seu rosto. “Ele não 
respeita as mulheres que come. Depois que enfia o pau em você, acabou a conversa. É 
assim com todas. Mas eu ainda estou aqui, porque é a mim que ele quer no futuro.” 
 Mantive a frieza, apesar de ter acusado o golpe, que me acertou justamente onde 
mais me doía. “Isso é patético.” 
 Saí pisando duro e só parei ao chegar à limusine de Stanton. Apertei a mão de Cary 
ao entrar, e consegui esperar o carro virar a esquina para começar a chorar. 
  “Oi, gata”, cumprimentou Cary quando saí do quarto na manhã seguinte. Vestido 
apenas com uma calça velha, ele estava deitado no sofá com os pés cruzados em cima da 
mesa de centro. Estava lindo, todo largado, despreocupado com a própria aparência e 
confortável. “Dormiu bem?” 
 Fiz sinal de positivo com o dedo e fui pegar um café na cozinha. Parei no meio do 
caminho, com uma expressão de surpresa diante do enorme buquê de rosas vermelhas no 
balcão. O aroma era divino, e respirei bem fundo para senti-lo. “O que é isso?” 
 “Chegou faz mais ou menos uma hora. Entrega dominical. Uma beleza, mas não sai 
nada barato.” 
 Desgrudei o cartão do papel celofane e o abri. 

AINDA ESTOU PENSANDO EM VOCÊ. 
  JOSEPH 
  
 “Foi Jonas que mandou?”, Cary perguntou. 
 “Foi.” Passei o dedão por cima do que imaginei ser sua caligrafia. Era sexy e 
masculina. Um gesto romântico de um cara que não tinha o romance em seu repertório. 
Larguei o cartão no balcão como se estivesse queimando meus dedos e enchi uma caneca 
de café, rezando para que a cafeína me desse forças e restaurasse meu bom senso. 
 “Pelo jeito você não gostou muito.” Ele baixou o volume do jogo de beisebol a que 
estava assistindo. 
 “Ele não faz bem pra mim. É um gatilho pra coisas não muito agradáveis. Preciso ficar longe dele.” Cary havia feito terapia comigo, então sabia do que eu estava falando. 
Não estranhou quando apelei para o jargão da psicanálise e não se furtou a responder na 
mesma moeda. 
 “O telefone ficou tocando a manhã toda. Eu não queria causar nenhuma perturbação, por isso deixei no silencioso.” 
 Sentindo um formigamento entre as pernas, eu me aninhei no sofá e lutei contra a 
vontade de ver se Joseph havia deixado alguma mensagem. Queria ouvir a voz dele, e 
alguma explicação para o que tinha acontecido na noite anterior. “Boa ideia. Pode deixar 
assim mesmo o resto do dia.” 
 “O que aconteceu?” 
 Soprei a fumaça do meu café e tentei dar um gole. “Fiz com que ele perdesse a cabeça na limusine e depois disso ele se fechou como uma porta.” 
 Cary me olhava com seus olhos verdes e expressivos, que já haviam visto muito mais do que deveriam. “Você abalou as estruturas dele, então?” 
 “Pois é.” Fiquei irritada só de pensar. A gente tinha se dado bem. Eu tinha certeza. 
Eu o queria mais do que tudo na noite anterior, e agora nunca mais queria vê-lo. “Foi 
intenso. O melhor sexo da minha vida, e ele estava totalmente na minha. Dava pra ver. Era a primeira vez dele num carro, e ele pareceu meio reticente no começo, mas depois ficou com tanto tesão que não conseguiu mais resistir.”
 “Sério mesmo?” Ele passou a mão na barba por fazer. “A maioria dos caras risca 
isso da lista antes de entrar na faculdade. Na verdade, não conheço ninguém que nunca 
tenho feito isso, a não ser os nerds e os feiosos, e ele não é uma coisa nem outra.” 
 Dei de ombros. “Acho que ele me considera uma piranha depois dessa.” 
 Cary ficou imóvel. “Foi isso que ele disse?” 
 “Não. Ele não disse porra nenhuma. Quem falou isso foi a ‘amiguinha’ dele, Magdalene. Aquela morena das fotos da internet, lembra? Ela decidiu pôr as asinhas de fora e foi atrás de mim no banheiro.” 
 “A vaca está com ciúmes.” 
 “Puro recalque. Ela não consegue dar pra ele, porque ao que parece ele descarta todas as mulheres com quem trepa.” 
 “Ele disse isso?” Mais uma vez, a pergunta saiu carregada de raiva. 
 “Não com essas palavras. Só disse que não dormia com as amigas dele. Ele não consegue suportar a ideia de que as mulheres queiram outras coisas além de ir pra cama, então faz uma separação entre as mulheres com quem trepa e as mulheres com quem conversa.” Dei mais um gole no café. “Avisei que comigo isso não ia funcionar, e ele disse que daria um jeito, mas acho que era só uma forma de conseguir o que queria.” 
 “Ou então você assustou o sujeito.” 
 Olhei fixamente para ele. “Nem tente arrumar desculpas pro cara. De que lado você 
está, afinal?” 
 “Do seu, gata.” Ele se inclinou e deu um tapinha no meu joelho. “Sempre do seu.” 
 Agarrei seu antebraço musculoso a deslizei suavemente os dedos por ele em sinal de 
gratidão. Não consegui sentir as inúmeras cicatrizes de cortes que ele tinha nos pulsos, mas nunca esqueci onde ficavam. Eu agradecia todos os dias por ele estar vivo, com saúde e ser tão importante para mim. “Como é que foi sua noite?” 
 “Não posso reclamar.” Seus olhos ganharam um brilho de malícia. “Peguei aquela 
loira peituda na salinha da limpeza. Os peitos dela eram de verdade.” 
 “Olha só.” Eu sorri. “Ela teve uma noite inesquecível, pode ter certeza.” 
 “Pelo menos eu tentei.” Ele pegou o telefone e piscou para mim. “O que você quer comer? Sanduíche? Comida chinesa? Indiana?” 
 “Não estou com fome.” 
 “Você está sempre com fome. Se não escolher nada, vou cozinhar e você vai ter que 
comer o que estiver na panela.” 
 Levantei as mãos em sinal de rendição. “Tudo bem, tudo bem. Você escolhe.” 
Cheguei ao trabalho vinte minutos adiantada na segunda, em uma tentativa de escapar de Joseph. Consegui ir até minha mesa sem nenhum incidente e me senti tão aliviada que percebi que ele era um assunto muito mais sério para mim do que poderia imaginar. Meu humor era instável e flutuante. 
 Mark chegou todo animado, ainda motivado pelo sucesso da semana anterior, e 
partimos logo para o trabalho. Eu tinha feito uma pesquisa sobre marcas de vodca no 
domingo, e ele foi gentil o bastante para repassá-la comigo e ouvir o que eu achava. Mark 
também era responsável pela conta de um novo fabricante de leitores eletrônicos, então 
demos o pontapé inicial nessa campanha também. 
 Com uma manhã tão ocupada, o tempo passou voando, e eu não tive tempo de 
pensar na minha vida pessoal. Fiquei muito feliz por isso. Mas então o telefone tocou, e 
ouvi a voz de Joseph do outro lado da linha. Não estava preparada para isso. 
 “Como está a sua segunda?”, ele perguntou, e sua voz me deixou toda arrepiada. 
 “Ocupadíssima.” Olhei para o relógio e me assustei ao constatar que faltavam só 
vinte minutos para o meio-dia.
 “Ótimo.” Ele fez uma pausa. “Tentei ligar pra você ontem. Deixei umas mensagens. 
Queria ouvir sua voz.” 
 Fechei os olhos e respirei fundo. Precisei recorrer a toda a força de vontade que 
tinha para resistir à tentação de ouvir as mensagens dele. Até Cary se envolveu na causa — eu disse a ele para me segurar caso a tentação falasse mais alto. “Queria ficar sozinha, e aproveitei para trabalhar um pouco.” 
 “Recebeu as flores que mandei?” 
 “Sim, são lindas. Obrigada.” 
 “Elas me lembraram do seu vestido.” 
 O que ele estava fazendo? Eu estava começando a pensar que ele sofria de algum 
distúrbio de múltiplas personalidades. “Algumas mulheres diriam que você está sendo romântico.” 
 “Só me importa o que você diz.” A cadeira rangeu quando ele se levantou. “Pensei 
em passar na sua casa... Senti vontade.” 
 Suspirei, já desistindo de tentar entender. “Ainda bem que você não fez isso.” 
 Ele fez outra longa pausa. “Eu mereci essa.” 
 “Não falei isso pra castigar você. É a verdade.” 
 “Eu sei. Olha... Eu providenciei um almoço aqui no escritório, pra gente não perder 
tempo com deslocamentos.” 
 Depois que nos despedimos no evento, fiquei pensando se ele queria mesmo me  encontrar depois de se recuperar de sabe-se lá que processo desencadeado pela nossa 
relação. Era uma possibilidade que eu vinha remoendo desde sábado à noite, ciente de que precisava afastá-lo de mim, mas ao mesmo tempo torturada pelo desejo de estar com ele. 
Queria sentir de novo aquele momento puro e perfeito de intimidade que compartilhamos.  Mas aquele único momento não justificava todos os outros em que ele fez com que eu me sentisse um lixo. 
 “Joseph, não temos por que almoçar juntos. Acabamos confundindo as coisas na 
sexta à noite e... bom, o assunto foi resolvido no sábado. É melhor deixar tudo como está.” 
 “Demi.” Ele baixou o tom de voz. “Eu sei que estraguei tudo. Me deixe explicar.” 
 “Não precisa. Está tudo bem.” 
 “Não está, não. Preciso ver você.” 
 “Eu não quero...”
“Podemos fazer isso do jeito mais fácil, Demi, ou então dificultar as coisas.” Sua voz 
endureceu e meu coração disparou. “De qualquer forma, você vai me ouvir.” 
 Fechei os olhos e aceitei o fato de que não ia me livrar tão facilmente, com uma 
simples conversa ao telefone. “Tudo bem. Eu subo aí.” 
 “Obrigado.” Ele soltou um suspiro bem audível. “Mal posso esperar pra ver você.” 
 Pus o telefone no gancho e fiquei olhando para as fotos na minha mesa, tentando 
elaborar o que precisava dizer e me preparando para o impacto de rever Joseph. A 
ferocidade da minha reação física à presença dele era impossível de controlar. De alguma 
forma, eu precisava acabar logo com aquilo e seguir em frente. Mais tarde eu pensaria em 
como lidar com o fato de ter que cruzar com ele no prédio ao longo dos dias, meses e anos seguintes. Por ora, eu só precisava pensar em como sobreviver à hora do almoço. 
 Optando por ceder ao inevitável, voltei para o trabalho comparando o impacto visual de algumas amostras de folhetos a serem encartados em jornais e revistas. 
 “Demetria.”
Dei um pulo na cadeira ao perceber que Joseph estava na minha baia. Fiquei 
desconcertada ao vê-lo, como sempre, e meu coração quase explodiu dentro do peito. Uma olhada rápida no relógio revelou que quinze minutos haviam se passado num piscar de 
olhos. 
 “Jos... Senhor Jonas. Não precisava ter descido até aqui.” 
 Seu rosto parecia calmo e impassível, mas seus olhos fervilhavam. “Está pronta?” 
 Abri a gaveta e peguei minha bolsa, aproveitando a oportunidade para respirar bem 
fundo. O cheiro dele era fenomenal. 
 “Senhor Jonas.” Era a voz de Mark. “Que bom vê-lo aqui. Posso ser útil em...?” 
 “Estou aqui por causa de Demetria. Vamos almoçar juntos.” 
 Fiquei de pé a tempo de ver a expressão de surpresa no rosto de Mark. Ele logo se 
recompôs, e seu rosto retomou a beleza e a simpatia que lhe eram naturais. 
“Volto à uma hora”, garanti. 
 “Até lá, então. Bom almoço.” 
 Joseph pôs a mão na parte inferior das minhas costas e me guiou até os elevadores, 
fazendo com que Megumi erguesse as sobrancelhas de espanto quando passamos pela 
recepção. Continuei inquieta enquanto esperávamos o elevador, desejando que fosse 
possível passar um dia sem ver aquele homem cujo toque despertava meu desejo como uma droga. 
 Ele se virou para mim enquanto o elevador não chegava e percorreu com os dedos 
as mangas da minha blusa de cetim. “Toda vez que fecho os olhos, vejo você com aquele 
vestido vermelho. Escuto seus gemidos de tesão. Sinto você descendo pelo meu pau, 
apertadinha, me fazendo ficar tão duro que chega até a doer.” 
 “Pare com isso.” Virei o rosto para o outro lado, incapaz de suportar o olhar de 
intimidade que ele lançava em minha direção. 
 “Não consigo evitar.” 
 A chegada do elevador foi um alívio. Ele me pegou pela mão quando entramos. 
Depois de pôr a chave no painel, ele me puxou mais para perto. “Eu vou te beijar, Demetria.” 
 “Eu não...” 
 Ele calou a minha boca com a dele. Resisti o quanto pude, mas no fim acabei me 
desmanchando ao sentir sua língua acariciando lentamente a minha. Eu queria esse beijo 
desde o momento em que transamos. Precisava de uma garantia de que ele dava valor ao 
que tínhamos vivenciado, que aquilo significava para ele o mesmo que para mim. 
 A sensação de abandono voltou quando ele se afastou. 
 “Vamos lá.” Joseph tirou a chave do painel e a porta se abriu. 
A recepcionista ruiva não disse nada dessa vez, apesar de ter me olhado de um jeito 
estranho. Já o secretário, Scott, levantou-se quando chegamos e me cumprimentou 
simpaticamente pelo nome. 
 “Boa tarde, senhorita Lovato.” 
 “Oi, Scott.” 
 Joseph se limitou a um leve aceno de cabeça. “Não passe nenhuma ligação.” 
 “É claro.” 
 Entrei no escritório luxuoso de Joseph e já procurei com os olhos o sofá onde tinha 
acontecido nosso primeiro contato mais íntimo. 
 O almoço estava servido no bar — dois pratos cobertos com tampas de metal. 
 “Quer que eu guarde sua bolsa?” 
 Olhei para ele e percebi que havia tirado o paletó e que o mantinha pendurado no 
braço. Estava ali parado, com sua calça e seu colete feitos sob medida, uma camisa e uma 
gravata impecavelmente brancas, seus grossos cabelos negros ao redor do rosto de tirar o 
fôlego, seus olhos de um azul selvagem e deslumbrante. Em resumo, ele me fascinava. Eu 
não conseguia acreditar que tinha transado com um homem tão lindo. 
 Foi quando lembrei que aquilo não havia significado nada para ele. 
 “Demi?” 
“Você é muito bonito, Joseph.” As palavras saíram da minha boca sem que eu me 
desse conta. 
 Ele pareceu surpreso, e amenizou um pouco a intensidade de seu olhar. “Fico feliz 
que goste do que vê.” 
 Entreguei minha bolsa a ele e me afastei. Precisava manter distância. Ele pendurou 
o paletó e a bolsa no cabide e se dirigiu ao bar. 
Cruzei os braços. “Vamos acabar logo com isso. Não quero mais sair com você.” 
Joseph passou a mão pelos cabelos e bufou. “Não acho que você queira isso.” 
 De repente eu me senti cansada, exaurida de tanto lutar contra mim mesma por 
causa dele. “Quero, sim, de verdade. Foi... um erro.” 
 Ele cerrou os dentes. “Não foi. A maneira como me comportei depois é que foi um 
erro.” 
 Olhei bem para ele, surpresa com sua capacidade feroz de negação. “Eu não estava 
falando de sexo, Joseph. Estava me referindo ao fato de concordar com o tipo de relação 
que se estabeleceu entre nós. Estava na cara que ia dar errado desde o começo. Eu deveria ter seguido meus instintos.” 
 “Você não me quer mais?”
“Não é isso. É que...” 
 “Não como eu disse no bar. De verdade.” 
 Meu coração disparou. “Do que você está falando?” 
 “De tudo.” Ele chegou mais perto. “Eu quero ser seu.” 
 “Não foi isso que pareceu no sábado.” Apertei ainda mais os braços. 
 “Eu estava... inseguro.” 
 “E daí? Eu também.” 
 Ele pôs as mãos na cintura. Depois cruzou os braços como eu. “Por favor, Demi.” 
 Vi que ele estava remoendo alguma coisa e senti um fio de esperança. “Se é isso 
que você tem a dizer, estamos conversados.” 
“Não estamos, não.” 
 “Se você vai entrar em parafuso toda vez que a gente transar, não temos nem por 
que começar.” 
 Ele estava visivelmente escolhendo as palavras. “Estou acostumado a ficar no controle. Eu preciso disso. E você mandou essa ideia para o espaço na limusine. Eu não soube como lidar com isso.” 
 “Jura?” 
 “Demetria.” Ele chegou mais perto. “Nunca fiz isso antes. Pensei que nem fosse capaz. 
Agora que aconteceu... não posso abrir mão. Não posso abrir mão de você.” 
 “É muito simples, Joseph. Por mais que o sexo seja bom, uma relação puramente 
sexual pode mexer seriamente com sua cabeça se o convívio com a outra pessoa não fizer 
bem pra você.” 
 “Nada disso. Admito que pisei na bola. Não posso mudar o que aconteceu, mas tenho o direito de ficar puto se você não quiser mais sair comigo por causa disso. Você impôs as regras e eu concordei, mas você não abriu mão de nada pra se adaptar a mim. Precisamos encontrar um meio-termo.” Seu rosto estava carregado de frustração. “Você precisa ceder pelo menos um pouco.”
Olhei bem pra ele, tentando entender o que estava acontecendo e aonde aquilo ia 
chegar. “O que você quer, Joseph?”, perguntei calmamente. 
 Ele me abraçou e segurou meu queixo com uma das mãos. “Quero continuar me sentindo como me sinto quando estou com você. Só me diga o que preciso fazer. E não secomporte assim quando eu fizer bobagem. É tudo novidade pra mim. Um aprendizado.” 
 Pus a minha mão sobre seu coração e senti que estava disparado. Ele parecia ansioso e apaixonado, e isso me levou ao limite. O que eu deveria responder? Deveria seguir meus instintos ou usar o bom senso? “O que exatamente é uma novidade pra você?” 
 “O que for preciso pra passar o maior tempo possível com você. Na cama e fora 
dela.” 

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