sábado, 14 de junho de 2014

Capítulo 19

 Depois do trabalho, desci até o térreo de escada para me sentir menos culpada por 
faltar à academia, mas me arrependi amargamente ao chegar ao saguão. A falta de sono da noite anterior estava cobrando seu preço. Considerei pegar o metrô em vez de ir andando para casa quando vi o Bentley de Joseph parado na calçada. Quando o motorista desceu do carro e me cumprimentou pelo nome, levei um susto e parei de repente no meio da calçada, surpresa. 
 “O senhor Jonas me pediu para levá-la para casa”, ele informou, muito bem educado com seu terno preto e quepe de chofer. Era um senhor de certa idade, com cabelos ruivos já um tanto grisalhos, olhos azuis de um tom claro e o jeito de falar de uma pessoa bem instruída. 
 Pelo tanto que minhas pernas doíam, aquela oferta era mais que bem-vinda. 
“Obrigada... Desculpe, esqueci seu nome.” 
 “Angus, senhorita Lovato.” 
 Como pude esquecer? Era um nome superlegal, que me fez abrir um sorriso. 
“Obrigada, Angus.” 
 Ele bateu no quepe com os dedos. “O prazer é todo meu.” 
 Quando me acomodei no banco traseiro depois de ele abrir a porta para mim, pude ver de relance a pistola que carregava em um coldre de ombro sob o paletó. Pelo jeito Angus, assim como Clancy, era guarda-costas além de motorista. 
 O carro se pôs em movimento, e eu logo perguntei: “Faz muito tempo que você trabalha para o senhor Jonas, Angus?”. 
 “Já faz oito anos.” 
 “É um bom tempo.” 
 “Eu o conheço desde muito antes”, ele se dispôs a falar, olhando-me pelo retrovisor. 
“Eu o levava para a escola quando era menino. Quando ficou mais velho, ele me tirou do 
senhor Vidal.” 
 Mais uma vez, tentei imaginar Joseph quando criança. Ele já devia ser bonito e  carismático naquela época. 
 Será que ele havia tido experiências sexuais “normais” na adolescência? Não é 
possível que a mulherada não se jogasse em cima dele desde então. Considerando a criatura inatamente sexual que ele era, eu só conseguia imaginá-lo como um adolescente dos mais tarados. 
 Revirei minha bolsa, encontrei as chaves e me inclinei para deixá-las no assento do 
passageiro. “Você pode entregar isso a Joseph? Ele vai passar lá em casa depois do 
compromisso que tem à noite e, dependendo da hora, posso não ouvir se ele bater.” 
 “Claro.” 
 Paul abriu a porta para mim quando chegamos e cumprimentou Angus pelo nome, o 
que me lembrou que Joseph era dono do prédio. Acenei para os dois, avisei a portaria que ele iria ao meu apartamento mais tarde e subi. O susto que Cary tomou ao abrir a porta para mim me fez rir. 
 “Joseph vai vir aqui mais tarde”, expliquei, “mas estou tão cansada que acho que vou dormir cedo. Deixei minhas chaves pra ele. Você já pediu a comida?” 
 “Já. E pus algumas garrafas de Cristal na adega.” 
 “Você é o máximo.” Deixei minha bolsa para ele guardar. 
 Tomei um banho e liguei para minha mãe no telefone do quarto, encolhendo-me toda ao ouvir seu tom de voz estridente. “Faz dias que estou tentando falar com você!” 
 “Mãe, se for sobre Joseph Jonas...” 
“Ora, é claro que também é por causa dele! Minha nossa, Demetria. Estão dizendo que 
você é a mulher mais importante da vida dele no momento. Como você pode achar que eu não vou querer falar sobre isso?” 
 “Mãe...” 
 “E tem também a consulta que você me pediu pra marcar com o doutor Petersen.” O 
tom de divertimento complacente com que ela falou isso me fez rir. “Vamos vê-lo na 
quinta-feira às seis horas. Espero que você possa ir. Ele não gosta de marcar consultas 
depois do horário.” 
 Eu me joguei para trás na cama com um suspiro. O trabalho e Joseph estavam 
exigindo tanto de mim que tinha até me esquecido da consulta. “Quinta às seis está ótimo. Obrigada.” 
 “Muito bem. Agora me fale sobre Jonas...” 
 Quando saí do quarto vestida com uma calça de brim e um moletom da San Diego 
State University, dei de cara com Trey sentado na sala com Cary. Os dois se levantaram, e 
Trey me abriu um sorriso largo e amigável. 
 “Desculpe meus trajes”, eu disse envergonhada, passando os dedos pelos meus cabelos molhados. “Quase me acabei pegando as escadas hoje no trabalho.” 
 “O elevador estava parado?”, ele perguntou. 
 “Não. Meu cérebro estava. No que eu estava pensando?” Passar a noite com Joseph era malhação suficiente. 
 A campainha tocou, e Cary foi atender enquanto eu ia até a cozinha pegar o champanhe. Eu me juntei a ele no balcão enquanto assinava o recibo do cartão de crédito, e 
a expressão no seu rosto quando olhou para Trey me fez sorrir. 
 Houve muitas outras trocas de olhares como essas entre os dois no decorrer da noite. Fui obrigada a concordar com Cary que Trey era uma graça. Com seu jeans rasgado, colete combinando e uma camiseta de manga comprida, o aspirante a veterinário tinha um 
visual ao mesmo tempo casual e sofisticado. Em termos de personalidade, era muito 
diferente dos caras que Cary costumava namorar. Trey parecia mais centrado; não que fosse sério demais, mas claramente não era um cabeça-oca. Se a relação decolasse e durasse mais tempo, ele seria uma ótima influência para Cary. 
 Juntos, matamos duas garrafas de Cristal e duas pizzas, e resistimos a uma sessão na 
íntegra de O demolidor antes que eu enfim desse a noite por encerrada. Insisti para que 
Trey ficasse e assistisse a Alta velocidade para encerrar a minimaratona de Sylvester 
Stallone. Depois fui para meu quarto e vesti um baby-doll sexy que tinha ganhado certa vez quando fui dama de honra — mas sem a calcinha que fazia parte do kit. 

 Deixei uma vela acesa para Joseph se guiar na escuridão e caí no sono. 
Acordei no escuro, com o cheiro da pele dele e as luzes e os ruídos da cidade 
abafados pelas janelas acústicas e as persianas grossas. 
 Joseph deslizou para perto de mim, uma sombra em movimento, com sua pele nua 
ainda fria. Sua boca cobriu a minha em um beijo lento e profundo, com um toque de menta misturado ao seu sabor todo particular. Minhas mãos percorreram suas costas musculosas, e eu abri as pernas para abrigá-lo confortavelmente junto ao meu corpo. Seu peso contra mim fez meu coração palpitar e meu sangue ferver de desejo. 
 “Ora, olá pra você também”, eu disse baixinho quando ele me deixou respirar. 

 “Da próxima vez você vai comigo”, ele murmurou com sua voz sexy e grave, mordiscando meu pescoço. 
 “Ah, vou?”, provoquei. 
 Ele agarrou minha bunda com uma das mãos, erguendo-me até que eu me 
encaixasse em seus quadris. “Vai. Eu senti sua falta, Demetria.” 
 Fiz um sinal de negativo com os dedos, na esperança de que ele pudesse ver. “Você 
não se acostumou comigo a ponto de sentir minha falta.” 
 “Para você ver como não sabe de nada”, desdenhou Joseph, descendo por meu 
corpo e se posicionando entre meus seios. 
 Respirei fundo quando ele abocanhou e chupou um mamilo, sucções poderosas que 
reverberaram por todo o meu corpo contorcido. Ele passou para o outro seio, puxando com a mão a barra do meu baby-doll. Eu me inclinei em sua direção, entregue à magia de sua boca, que percorria todo o meu corpo. Sua língua entrou no meu umbigo, e depois começou a descer ainda mais. 
 “E você sentiu minha falta”, ele gemeu de satisfação masculina, enfiando a pontinha 
do dedo do meio em mim. “Está toda aberta e molhada pra mim.” 
 Joseph apoiou minhas pernas sobre seus ombros e me lambeu no meio das pernas com toques provocativos e aveludados contra minha pele sensível. Minhas mãos agarraram 
os lençóis, e meu peito subia e descia enquanto ele circundava meu clitóris com a ponta da língua e depois começava a brincar com aquela terminação nervosa hipersensível. Gemi bem alto, remexendo incansavelmente os quadris na direção daquele tormento delicioso, sentindo meus músculos enrijecerem diante da necessidade incontornável de gozar. 
 O estímulo de sua língua estava me deixando maluca, fazendo minha excitação 
chegar às alturas, mas não era suficiente para me fazer gozar. “Joseph, por favor.” 
 “Ainda não.” 
 Ele me torturou, levando meu corpo até a beira do orgasmo e depois deixando a 
excitação baixar. De novo e de novo. Até que o suor brotasse da minha pele e meu coração parecesse que ia explodir. Sua língua era incansável e diabólica, concentrando-se 
habilmente no meu clitóris até perceber que eu estava prestes a gozar, e então abrindo 
caminho para dentro mim. Aquelas estocadas rasas e macias eram de enlouquecer. Seu 
estímulo contra meus tecidos aflorados me deixou desesperada a ponto de implorar sem a 
menor vergonha. 
 “Por favor, Joseph... me deixe gozar... eu preciso gozar, por favor.” 
 “Quietinha, meu anjo... Deixe que eu cuido de você.” 
 Ele me fez chegar ao clímax com uma suavidade que fez com que o orgasmo me 
invadisse como o arrebentar de uma onda, elevando-se e ganhando corpo antes de se 
espalhar por mim como uma inundação morna de prazer. 
 Joseph envolveu meus dedos com os dele quando me fez gozar mais uma vez, segurando meus braços. A cabeça do pau dele se aninhou na entrada úmida do meu corpo e ele me invadiu de forma implacável. Gemi, ajeitando a posição para acomodar seu membro 
enorme. 
 A respiração de Joseph se tornava mais áspera e úmida contra meu pescoço, e seu 
corpo tremia à medida que ele entrava e saía de dentro de mim. “Você é tão quentinha e 
macia. E minha, Demetria. Você é minha.” 
 Envolvi seus quadris com as pernas, convidando-o a entrar mais fundo, sentindo seus glúteos se flexionarem e relaxarem contra minhas panturrilhas enquanto ele demonstrava para meu corpo que ia me penetrar até o fim. 
Com nossas mãos entrelaçadas, ele beijou minha boca e começou a se mover entrando e saindo com uma habilidade de enlouquecer, num ritmo preciso e incansável, apesar de tranquilo e sem pressa. Eu sentia cada centímetro do seu membro duro, sentia que ele tomaria posse de cada pedacinho do meu corpo. Ele reiterou a mensagem sem parar até 
eu ficar sem fôlego beijando sua boca, movendo-me sem parar ao seu encontro, com as 
mãos pálidas sob a pegada forte das mãos dele. 
 Joseph soltava palavras elogiosas e excitantes, dizendo-me o quanto eu era linda... 
o quanto era perfeita para ele... que ele não ia parar... não conseguia parar. Gozei com um grito agudo de alívio, sentindo meu corpo vibrar de êxtase, e ele também estava quase lá. Acelerou o ritmo em várias estocadas arrebatadoras, e depois chegou ao clímax sussurrando meu nome, gozando dentro de mim. 
 Afundei no colchão me sentindo sem forças, suada e totalmente preenchida. 
 “Ainda não terminei”, ele murmurou de forma quase ameaçadora, ajeitando os joelhos para aumentar a força de suas investidas. Ele continuou num ritmo cuidadosamente 
controlado. Cada estocada parecia dizer Seu corpo existe para me servir.  Mordendo os lábios, lutei para reprimir os ruídos de prazer inenarrável que teriam perturbado o silêncio da noite... e esconder a extensão dos sentimentos temerários que eu estava começando a sentir por Joseph Jonas. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário