segunda-feira, 16 de junho de 2014

Capítulo 21

Jesus. Como era fácil para ele me deixar com o coração na mão. Algumas palavras, 
um olhar de desespero e eu já estava entregue. Acariciei seu rosto, seus cabelos, seus ombros. Ele era traumatizado como eu, mas o motivo ainda era desconhecido para mim. “Preciso que você faça uma coisa por mim, Joseph.” 
 “Qualquer coisa. É só pedir.” 
 “Preciso que você me conte alguma coisa sobre você todos os dias. Alguma coisa 
pessoal, por mais insignificante que pareça. Preciso que você me prometa isso.” 
 Joseph me olhou desconfiado. “Pode ser o que eu quiser?” 
 Concordei com a cabeça. Eu não me sentia muito segura fazendo aquilo, e não sabia 
ao certo o que queria extrair dele. 
 Ele bufou. “Certo.” 
 Eu o beijei bem de levinho em sinal de agradecimento. 
 Roçando o nariz contra o meu, Joseph perguntou: “Vamos sair pra jantar ou quer 
pedir alguma coisa?” 
 “Tem certeza de que é uma boa sairmos juntos?” 
 “Quero mostrar pra todo mundo que você é minha namorada.” 
 Não havia como recusar um convite daquele — não sabendo o avanço que aquilo 
representava para ele. Para nós dois, na verdade, já que nossa última saída como um casal 
havia sido um desastre. “Parece uma ideia bem romântica. E irresistível.” 
 Seu sorriso de alegria foi minha recompensa, além do banho que tomamos juntos. 
Eu adorava aquele momento íntimo de lavar seu corpo, assim como adorava sentir suas 
mãos deslizando sobre o meu. Quando peguei sua mão e a pus entre as minhas pernas, 
incentivando-o a enfiar os dedos em mim, vi o tão familiar e bem-vindo tesão no seu olhar quando ele sentiu o que havia deixado lá dentro. 
 Ele me beijou e murmurou: “Minha”.
 Isso me incentivou a pegar seu pau com as duas mãos e sussurrar eu mesma um 
pronome possessivo. 
 Já no quarto, posicionei meu novo vestido azul na frente do corpo. “Foi você que 
escolheu, Joseph?” 
 “Fui eu, sim. Gostou?” 
 “É lindo.” Abri um sorriso. “Minha mãe falou que você tem muito bom gosto... a 
não ser pela preferência por morenas.” 
 Ele olhou para mim e logo depois desapareceu em seu closet gigantesco. “Que 
morenas?” 
 “Ah, é assim que se fala.” 
 “Abra a gaveta da direita, a de cima”, ele gritou lá de dentro. 
 Ele estava só querendo desviar a atenção de todas as morenas com quem tinha sido 
fotografado — inclusive Magdalene? 
 Deixei o vestido na cama e abri a gaveta. Lá dentro havia dezenas de conjuntos de 
lingerie Carine Gilson, todos do meu tamanho, em uma enorme variedade de cores, além de cintas-ligas e meias de seda, tudo ainda na embalagem. 
 Olhei para Joseph quando ele reapareceu segurando as roupas que ia vestir. “Então 
eu tenho um gaveta?” 
 “Três na cômoda e duas no banheiro.” 
 “Joseph.” Eu sorri. “Abrir espaço na gaveta da cômoda é uma coisa que só se faz 
depois de alguns meses.”
“Como é que eu ia saber?” Ele estendeu suas roupas sobre a cama. “Você já morou 
com outro homem além de Cary?” 
 Eu o fuzilei com o olhar. “Ter uma gaveta não é a mesma coisa que morar com 
alguém.” 
 “Isso não responde à minha pergunta.” Ele andou na minha direção, tirou-me 
gentilmente do caminho e pegou uma cueca. 
 Pressentindo mais uma de suas mudanças de humor, respondi antes que ele 
emburrasse. “Não, nunca morei com nenhum outro homem.” 
 Abaixando um pouco, Joseph deu um beijo repentino na minha testa antes de voltar 
a se vestir. Ele parou no pé da cama, de costas para mim. “Quero que nosso relacionamento seja o mais marcante da sua vida.” 
 “Já é. De longe.” Apertei a toalha contra o peito. “Chega a ser estranho, até. Nosso 
relacionamento virou uma coisa importante muito rápido. Talvez rápido demais. Fico o 
tempo todo me perguntando se não é bom demais pra ser verdade.” 
 Ele se virou e me encarou. “Talvez seja. E, se for, nós merecemos.” 
 Fui até ele e me joguei em seus braços. Era ali que eu desejava poder ficar para sempre. 
 Ele deu um beijo na minha cabeça. “Não consigo suportar a ideia de que você 
queira que isto acabe. É o que você está fazendo, não? Pelo menos é o que parece.” 
 “Desculpe.” 
 “Precisamos fazer com que você deixe de se sentir insegura.” Ele passou os dedos 
pelos meus cabelos. “Como podemos fazer isso?” 
 Hesitei por um momento, mas acabei dizendo o que queria. “Você faria terapia 
comigo?” 
 Seus dedos pararam de se mover. Ele ficou em silêncio por um instante, respirando 
profundamente. 
 “Pelo menos pense a respeito”, sugeri. “Ou procure se informar melhor, saber como 
funciona.” 
 “Estou me saindo tão mal assim? Na nossa relação? Só estou dando bola fora 
mesmo?” 
 Eu me afastei um pouco, para poder olhar para ele. “Não, Joseph. Você é perfeito. 
Pelo menos pra mim. Sou louca por você. Acho que você é...” 
 Ele me beijou. “Tudo bem. Eu vou.” 
 Naquele momento, senti que o amava. Loucamente. E no momento seguinte. E 
durante toda a programação naquela noite, um jantar íntimo e maravilhoso no Masa. Só 
havia três mesas ocupadas no restaurante, e Joseph foi cumprimentado pelo nome ao 
chegar. A comida estava divina, e o vinho era tão caro que, se eu parasse para pensar a 
respeito, teria até vergonha de beber. Joseph era perigosamente carismático; seu charme era natural e sedutor. 
 Eu estava de ótimo humor, sentindo-me linda no vestido que ele havia escolhido 
para mim. Joseph já sabia o que eu tinha de pior a revelar, e ainda estava comigo. 
 Seus dedos acariciavam meus ombros... desenhavam círculos na minha nuca... 
desciam pelas minhas costas. Ele beijou minha têmpora e roçou a minha orelha com o 
nariz, tocando levemente minha pele sensível com a língua. Meu corpo inteiro vibrou em 
reação à sua presença. Meu desejo por ele era tão forte que até doía. 
 “Como você conheceu Cary?”, ele perguntou enquanto dava um gole no seu vinho. 

 “Terapia de grupo”, segurei a mão dele para conter sua escalada pela minha perna,
sorrindo diante da malícia que vi em seus olhos. “Meu pai é policial e ouviu falar de um 
terapeuta que fazia milagres com adolescentes rebeldes, e eu era uma. Cary se tratava com o doutor Travis também.” 
 “Fazia milagres, é?” Gideon sorriu. 
 “O doutor Travis é um terapeuta bem diferente de qualquer outro que conheci. Seu 
consultório fica num ginásio de esportes que ele adaptou para sua prática. Ele tem uma 
política de portas abertas com ‘sua garotada’, e circular por ali era muito mais eficaz que 
deitar num divã. Além disso, com ele não tinha conversa fiada. E ele exigia que a 
sinceridade fosse uma via de duas mãos, caso contrário ficava furioso. Isso eu sempre 
gostei nele, o fato de se importar com os pacientes a ponto de se alterar.” 
 “Você decidiu estudar na SDSU porque seu pai mora no sul da Califórnia?” 
 Abri um sorriso irônico ao ouvir outra revelação de que ele tinha mais informações 
do que eu havia revelado. “Você pesquisou muita coisa sobre mim?” 
 “Tudo o que fui capaz de descobrir.” 
 “E eu vou gostar de saber até que ponto você chegou?” 
 Ele levou minha mão até sua boca e a beijou. “Provavelmente não.” 
 Balancei a cabeça, aflita. “Sim, foi por isso que fui estudar na SDSU. Eu não tive a 
chance de conviver com meu pai quando era menina. Além disso, minha mãe estava me 
sufocando.” 
 “E você nunca conversou com seu pai sobre o que aconteceu?” 
 “Não.” Girei a haste da taça de vinho entre os dedos. “Ele sabia que eu era uma 
menina revoltada e insegura, com problemas de autoestima, mas nunca soube sobre 
Nathan.” 
 “Por que não?” 
 “Por que nada vai mudar o que aconteceu. Nathan foi punido nos termos da lei. O 
pai dele pagou uma indenização altíssima pra reparar os danos que ele causou. A justiça foi feita.” 
 “Discordo”, Joseph falou num tom de voz gelado. 
 “O que mais você queria?” 
 Ele deu um grande gole antes de responder. “Algo inapropriado para falar durante o 
jantar.” 
 “Ah.” Aquele comentário sinistro, combinado com seu olhar implacável, fez com 
que minha atenção se voltasse para a comida no prato. Não havia cardápio no Masa, apenas omakase, o que significava que cada porção era uma deliciosa surpresa, e a falta de movimento naquela noite fez com que sentíssemos que o lugar era só nosso. 
 Depois de um instante de silêncio, ele disse: “Adoro ver você comer”. 
 Olhei para ele. “O que você quer dizer com isso?” 
 “Você come com gosto. E seus gemidinhos me deixam com tesão.” 
 Acertei o ombro dele com o meu. “Pelo que você me falou antes, está sempre com 
tesão.” 
 “Culpa sua”, ele sorriu, o que me fez sorrir também. 
 Joseph comeu com ainda mais disposição que eu e nem se preocupou em examinar 
a conta astronômica. 
 Antes de sairmos, ele pôs seu paletó sobre meus ombros e disse: “Vamos à sua 
academia amanhã”. 
 Eu o encarei. “A sua é melhor.” 
 “Claro que é. Mas posso ir aonde você quiser.” 
“De preferência um lugar que não tenha instrutores prestativos chamados Daniel?”, 
perguntei num tom inocente. 
 Ele me olhou com uma expressão de surpresa e um leve sorriso sarcástico. 
“Cuidado, meu anjo. Se continuar tirando sarro da minha possessividade, vai ter 
retaliação.” 
 Dessa vez, ele não ameaçou me bater. Joseph teria percebido que misturar dor com 
sexo era uma questão delicadíssima para mim? Algo que me transportava para um estado 
mental do qual eu queria distância? 
 No caminho de volta, aninhei-me junto a ele no banco traseiro do Bentley, com as 
pernas apoiadas sobre suas coxas e a cabeça sobre seu ombro. Fiquei pensando na maneira 
como a violência de Nathan havia afetado minha vida — minha vida sexual em particular. 
 Quantos desses fantasmas Joseph e eu conseguiríamos exorcizar? Pelo arsenal de 
apetrechos que havia na gaveta de seu quarto de hotel, estava claro que ele era muito mais experiente e ousado que eu em termos sexuais. E o prazer que extraí de sua ferocidade na nossa transa no sofá era uma prova de que ele podia fazer coisas comigo que ninguém mais seria capaz. 
 “Confio em você”, sussurrei. 
 Ele me envolveu com força em seu abraço. E, com os lábios encostados nos meus 
cabelos, murmurou: “Nós fazemos bem um pro outro, Demetria”. 
 Foi com essas palavras na minha mente que adormeci em seus braços mais tarde 
naquela noite. 
  “Não faça isso... Não. Não faça isso... Por favor.” 
 Os gritos de Joseph me fizeram pular da cama, com o coração disparado. Tive que 
me esforçar para recobrar o fôlego, observando com os olhos arregalados o homem que se 
contorcia ao meu lado. 
 Ele rosnava com um animal feroz, com as mãos fechadas, chutando sem parar. Eu 
me afastei, com medo de que ele me acertasse acidentalmente enquanto dormia. 
 “Saia de perto de mim!”, ele disse, ofegante. 
 “Joseph! Acorde.” 
 “Saia... saia...” Ele arqueou os quadris e soltou um gemido de dor. Ficou nessa 
posição, com os dentes cerrados e as costas arqueadas como se a cama abaixo de si 
estivesse em chamas. Então desabou, fazendo o colchão ceder sob seu peso. 
 “Joseph.” Tateei em busca do abajur do criado-mudo, com a garganta queimando. 
Não conseguia chegar até ele. Tive que me livrar das cobertas emaranhadas para chegar 
mais perto. Ele gemia agoniado, contorcia-se com tanta violência que a cama inteira tremia. 
 Alcancei o abajur e o quarto se iluminou. Eu me virei para ele... 
 E o encontrei se masturbando com uma violência atordoante. 
 A mão que segurava seu membro estava pálida de tanto fazer força, e se movia para 
cima e para baixo de maneira brutal. Seu lindo rosto estava deformado pela dor e pelo 
martírio. 
 Temendo pela sua segurança, sacudi seus ombros com as duas mãos. “Joseph, pelo 
amor de Deus. Acorde!”. 
 Meu grito interrompeu o pesadelo. Seus olhos se abriram e ele se sentou, olhando 
freneticamente ao redor. 
 “Quê?”, ele perguntou sem fôlego, com o peito ofegante. Seu rosto estava todo vermelho, principalmente as bochechas e os lábios. “O que foi?” 
 “Minha nossa.” Passei as mãos pelos cabelos e levantei, vestindo o robe preto que 
havia deixado no pé da cama. 
 O que se passava na cabeça dele? Que espécie de impulso sexual era capaz de 
produzir sonhos tão violentos? 
 “Você estava tendo um pesadelo”, disse com a voz trêmula. “Quase me matou de 
susto.” 
 “Demetria.” Ele olhou para baixo e, ao notar sua ereção, ficou ainda mais vermelho, 
dessa vez de vergonha. 
 Eu o observava à distância, de perto da janela, fechando o robe com um puxão. 
“Você estava sonhando com o quê?” 
 Ele sacudiu a cabeça e abaixou-a, humilhado. Eu nunca o havia visto em uma 
posição tão vulnerável. Era como se outra pessoa estivesse ocupando seu corpo. “Não sei.” 
 “Mentira. Tem alguma coisa aí, corroendo você por dentro. O que é?” 
 Ele se recompôs visivelmente quando sua mente conseguiu espantar de vez o sono. 
“Foi só um sonho, Demetria. Todo mundo sonha.” 
 Olhei bem para ele, magoada por estar sendo tratada daquela maneira, como se 
fosse uma imbecil. “Não me venha com essa.” 
 Ele corrigiu a postura e cobriu as pernas com o lençol. “Por que você está brava?” 
 “Porque você está mentindo.” 
 Ele inspirou profundamente; depois soltou o ar numa bufada. “Desculpe por ter 
acordado você.” 
 Apertei o espaço entre meus olhos, sentindo uma forte pontada de dor de cabeça se 
espalhar. Meus olhos ardiam de vontade de chorar por ele, de chorar por causa do martírio que ele estava enfrentando. De chorar por nós, porque, caso ele não se abrisse, nossa relação não teria futuro. 
 “Vou perguntar de novo, Joseph: com o que você estava sonhando?” 
 “Não lembro.” Ele passou as mãos pelos cabelos e pôs as pernas para fora da cama. 
“Estou com um negócio na cabeça que está atrapalhando meu sono. Vou trabalhar um 
pouco no escritório. Volte pra cama e durma mais um pouco.” 
 “Essa pergunta tinha mais de uma resposta certa, Joseph. ‘Vamos conversar sobre 
isso amanhã’ seria uma delas. ‘Vamos deixar pra falar disso no fim de semana’ seria outra. 
Até um ‘Não estou pronto para conversar sobre isso’ seria aceitável. Mas você tem a cara 
de pau de fingir que não sabe do que estou falando e de me tratar como uma imbecil.” 
 “Meu anjo...” 
 “Nem comece.” Pus as mãos na cintura. “Você acha que foi fácil contar a você 
sobre meu passado? Acha que foi tranquilo me abrir daquele jeito e pôr tanta sujeira pra 
fora? Teria sido mais fácil abrir mão de você e namorar alguém menos famoso. Corri esse 
risco porque quero ficar com você. Um dia, quem sabe, você queira fazer o mesmo.” 
 Saí do quarto. 
 “Demetria! Que droga, Demi, volte aqui. Qual é a sua?” 
 Comecei a andar mais depressa. Sabia o que ele estava sentindo: o nó no estômago 
que se espalhava como um câncer, a raiva incontrolável e a necessidade de ficar a sós para tentar arrumar forças para empurrar as lembranças ruins de volta para o canto escuro de onde saíram. 
 Isso não era desculpa para mentir ou fingir que não estava acontecendo nada. 
 Peguei a bolsa na cadeira em que havia deixado antes de sair para jantar, fui embora às pressas pela porta da frente e logo entrei no elevador. A porta ainda estava se fechando 
quando o vi chegar à sala. Sua nudez o impediria de ir atrás de mim, e o olhar em seu rosto me impedia de ficar ali. Ele estava usando sua máscara de novo, a expressão impassível que mantinha o resto do mundo à distância. 
 Tremendo, segurei-me no apoio de bronze para não cair. Estava dividida entre 
minha preocupação com ele, que me induzia a ficar, e meu conhecimento adquirido a duras penas de que não seria capaz de conviver com o modo como ele lidava com seus traumas. 
O caminho da superação para mim foi o das verdades dolorosas, e não o das negações e 
mentiras. 
 Limpei as lágrimas e, ao passar pelo terceiro andar, respirei fundo e tentei me 
recompor antes de a porta se abrir e eu chegar ao saguão do edifício. 
 O porteiro chamou um táxi para mim demonstrando um profissionalismo exemplar, 
como se eu estivesse vestida para ir ao trabalho, e não descalça e usando apenas um robe de seda. Eu o agradeci com toda a sinceridade. 
 Senti tamanha gratidão pelo taxista por ter me levado bem depressa para casa que 
lhe dei uma bela gorjeta e nem me importei com os olhares furtivos do porteiro e do rapaz da recepção. Não me importei nem com o olhar da loira escultural que saiu do elevador quando eu entrei — pelo menos não até sentir o cheiro do perfume de Cary e me dar conta de que a camiseta que ela estava usando era dele. 
 Ela lançou um olhar irônico para a minha quase nudez. “Bonito robe.” 
 “Bonita camiseta.” 
 Ela foi embora com um sorrisinho no rosto. 
 Quando cheguei ao meu andar, encontrei Cary parado na porta de entrada, vestindo 
apenas um robe também. 
 Ele endireitou a postura e abriu os braços para mim. “Vem cá, gata.” 
 Fui bem depressa até ele e ganhei um abraço apertado com cheiro de perfume de 
mulher e sexo selvagem. “Quem é aquela menina que acabou de sair daqui?” 
 “Outra modelo. Não esquente a cabeça com ela.” Ele me levou para dentro e 
trancou a porta. “Cross ligou. Disse que você estava vindo pra casa e que suas chaves 
estavam com ele. Queria que eu estivesse acordado pra receber você. Não sei se faz 
diferença, mas ele parecia estar muito chateado e ansioso. Quer conversar a respeito?” 
 Deixei minha bolsa no balcão e entrei na cozinha. “Ele teve outro pesadelo. Um 
ainda pior. Quando perguntei sobre o que tinha sido, ele mentiu, depois começou a agir 
como se a maluca fosse eu.” 
 “Ah, o comportamento clássico.” 
 O telefone começou a tocar. Tirei o fone da base e desliguei a campainha, e Cary 
fez o mesmo com o do balcão. Depois tirei o celular da bolsa, ignorei os alertas de ligações perdidas e mandei uma mensagem para Joseph: Estou em casa. Espero que consiga voltar a dormir. 
 Desliguei o telefone e joguei de volta na bolsa; depois fui até a geladeira e peguei 
uma garrafa de água. “O problema mesmo é que contei todos os meus podres pra ele esta 
noite.” 
 Cary fez uma expressão de surpresa. “Então você conseguiu. Como ele reagiu?” 
 “Melhor do que eu esperava. É melhor Nathan torcer pra eles nunca se cruzarem.” 
Terminei de beber a água. “E Joseph concordou em fazer terapia de casal, como sugeriu. 
Pensei que estivéssemos progredindo. Talvez até estivéssemos, mas aí voltamos lá pra 
trás.

2 comentários:

  1. Meu Deus!! Essa historia é viciante!!! Li todinha e estou amandooo!! Posta,logo

    ResponderExcluir
  2. Oi Brunna!
    Obrigada pelo comentário no meu blog. É bom saber que pelo menos alguém lia aquilo!
    Vou começar a ler o blog. Daqui a uns dias faço um comentário melhor com os capítulos.
    Podia colocar os seguidores no seu blog para eu puder seguir?

    Beijos.

    ResponderExcluir